Alte...e um passeio muito bonito

Ora aqui esta mais um passeio pelo nosso Algarve que nós adoramos...Hoje resolvemos ir ate Loulé,mais precisamente ate Alte,uma aldeia tipicamente Algarvia,simplesmente do mais puro e natural que pode haver.Situada no concelho de Loulé,entre a serra de Monchique e a serra do caldeirão,a aldeia toda ela é rodeada de um ambiente pitoresco e com historia fantástico.O que de mais bonito se pode vislumbrar e desfrutar,num passeio tranquilo e agradável.Ao longo do jardim da fonte pequena,vamos encontrando lindos poemas,escritos em painéis de azulejos,do poeta Francisco Xavier Cândido Guerreiro,que aí nasceu em 1871.Adorei que terrinha tão doce e tradicional.

Alte...e um passeio muito bonito

Alte...e um passeio muito bonito

Um sitio agradável para passear com a família,para os miúdos brincarem e para fazer belos piqueniques,usufruindo da sombra das árvores,pois ao longo da fonte também podemos encontrar várias mesas em pedra e de madeira,que nos convidam a descansar e respirar todo aquele ar puro...Para mim é de certeza um sitio a visitar de novo...

Alte...e um passeio muito bonito

Alte...e um passeio muito bonito

Deixo aqui alguns dos poemas que adorei do poeta Francisco Xavier Cândido Guerreiro...

AMENDOEIRAS

Em Fevereiro,quando lá de cima
Deus,com a tinta do luar,escreve
Seus lindos versos Algarvios,rima
A flor das amendoeiras com a neve

Neve em flor!sonho!alvura!quem descreve
O noivado irreal que se aproxima
Tão branco tão diafano,tão leve
Que nem talvez na música se exprima?

Meninas da primeira comunhão,
Ascéticas,descendo da montanha
Á beira do caminho em procissão

Em vias lácteas de perfume brando,
Oiço-vos bem a sinfonia estranha
Porque,amendoeiras,vós estais cantado...

MINHA TERRA

Minha terra embalada pelas ondas,
Lindo país de moiras encantadas,
Onde o amor tece lendas e onde as fadas
Em castelos de lua dançam rondas...

Oh meu Algarve,quero que me escondas...
Que na treva da morte haja alvoradas!
Hei-de sonhar com moiras encantadas,
Se eu dormir embalado pelas ondas...

Quando o sol emergir detrás da serra,
Sempre será o sol da minha terra
A fecundar-me o chão da sepultura...

Ao pé dos meus,na minha aldeia querida,
A morte será quase uma ventura,
A morte será quase como a vida...

GIL EANES

Cartas de marear,quem nas escreva,
Transforme cada traço numa estância
De epopeia de antiga ressonância,
E a tinta-luz feita de sangue e treva...

E eles lá vão,nessa indomável ânsia,
Naquele sopro de época longeva
Um vento sobrenatural que os leva
E mais os engrandece na distância...

Eles lá vão!-Martírio e glória!
Por entre perigos,morte e reveses,
Marcar o mapa,assinalar a história,

Para que as ondas digam aos navios:
Pertence este caminho aos portugueses,
E foi aberto pelos Algarvios!  

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